As famílias portuguesas foram as que registaram um maior crescimento da taxa de poupança. Portugal contabilizou um aumento de 2,1 pontos percentuais no quarto trimestre do ano passado, a maior subida da Zona Euro e da União Europeia, de acordo com os dados divulgados pelo gabinete europeu de estatística Eurostat.
A taxa de poupança das famílias nacionais supera por uma margem expressiva o crescimento da taxa de poupança da Finlândia, que ocupa o segundo lugar da tabela, com 1,5 pontos percentuais e da Dinamarca (1 ponto percentual). Os números destes três países, contrastam no entanto com o cenário geral a nível europeu.
Chegados a dezembro, a taxa de poupança média das famílias da Zona Euro cedeu 0,1 pontos percentuais tanto na UE como na Zona Euro. Bélgica (-2 p.p) e Grécia (-1,3 p.p) foram os países do bloco em que as famílias menos dinheiro acumularam entre outubro e dezembro de 2024.
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Investimento das famílias recua
Por outro lado, a taxa de investimento das famílias recuou 0,1 pontos percentuais na Zona Euro, tendo-se mantido estável na União Europeia, face ao terceiro trimestre. Entre os países para os quais existem dados, apenas Grécia e Espanha viram um aumento de parte do rendimento das famílias que é aplicado em produtos financeiros.
Irlanda, Hungria e Dinamarca foram os países onde as famílias menos colocaram o dinheiro a render. Nesta tabela, Portugal é o sétimo país da UE e da Zona Euro onde menos se investe, com uma quebra da taxa de rendimento bruto dedicado ao investimento de 0,1 pontos percentuais.
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Rendimento e poder de compra aumentam
Além dos dados sobre investimento e poupança, o Eurostat avalia a evolução do rendimento disponível bruto das famílias, ou seja, o dinheiro disponível após o pagamento de impostos e contribuições sociais.
Este rendimento registou um crescimento de 0,9% na Zona Euro e de 1,3% na UE. O Eurostat explica que esta subida é justificada “sobretudo pelo grande contributo positivo das remunerações dos trabalhadores”. Portugal contabilizou o aumento mais expressivo do rendimento bruto disponível, entre todos os países do bloco, em concreto 5,3%.
Por outro lado, “os impostos correntes e as contribuições sociais foram o principal contribuidor negativo”, que impedem um maior aumento do rendimento disponível, acrescenta o gabinete europeu de estatística.
Por sua vez, o rendimento real das famílias per capita – que mede a evolução do poder de compra – aumentou 0,3% no quarto trimestre, após uma subida de 0,4% no terceiro trimestre de 2024.