estudantes universitários. Imagem a ilustrar texto sobre a empregabilidade dos cursos em Portugal

Na hora de escolher um curso do ensino superior, há quem tenha como única prioridade estudar aquilo de que mais gosta e quem procure combinar as paixões com a empregabilidade da área. De acordo com os dados do Portal InfoCursos, 132 cursos têm taxas de desemprego inferiores a 1%.

Estas estatísticas têm como base os alunos que concluíram licenciaturas e mestrados integrados entre os anos letivos 2017/2018 e 2020/2021. Ao mesmo tempo, olham para o número de recém-diplomados do curso que se encontram registados como desempregados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Para isso, foram consideradas as médias de dezembro de 2021 e junho de 2022.

Fomos olhar para os dados para perceber quais são os cursos com maior empregabilidade.

Saúde tem das melhores taxas de empregabilidade

Entre os 12 cursos que formaram mais do que mil pessoas nos quatro anos letivos em análise, o domínio vai para a área da saúde. Os cursos de medicina e enfermagem aparecem representados seis vezes (três cada) e sempre com taxas de desemprego próximas de zero.

Os estabelecimentos de ensino em que estes cursos foram concluídos são as faculdades de medicina das universidades de Lisboa, Porto e Coimbra, e as escolas superiores de enfermagem das mesmas cidades.

Além disso, mesmo nos estabelecimentos que formaram menos de mil pessoas, estes cursos continuam a ter taxas de empregabilidade interessantes. No caso de medicina, a taxa de desemprego é sempre inferior a 1%.

Já no curso de enfermagem, há apenas três casos de taxa de desemprego ligeiramente superior a 1%. É o que acontece com os ex-estudantes da Escola Superior de Saúde do Vale do Ave (1,3%), da Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa (1,4%) e da Escola Superior de Saúde Cruz Vermelha Portuguesa – Alto Tâmega (1,7%).

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Engenharias: dos zero aos oito

Dentro das engenharias, tanto se encontram cursos com 0% de desemprego como outros com 8,6% (Engenharia no Instituto Politécnico de Coimbra). Mais uma vez, se olharmos apenas para os cursos em que mais de 99% dos diplomados estão empregados, o domínio é claro: em 28 cursos, 15 estão relacionados com a engenharia informática.

Aqui, a liderança vai para Engenharia Informática e de Computadores, no Instituto Superior Técnico (TagusPark). Em 333 diplomados entre 2017/2028 e 2020/2021, nenhum estava inscrito no IEFP como desempregado.

Por fim, apesar de ser o pior curso de engenharia entre aqueles com menos de 1% de desemprego (tem 0,9%), o curso de Engenharia Civil e do Ambiente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo também aparece bem posicionado na lista de empregabilidade.

Como é natural, estes dados estão dependentes de as pessoas se inscreverem voluntariamente no IEFP, mas é interessante olhar para este número ao mesmo tempo que analisamos o relatório Future of Jobs 2025, publicado pelo Fórum Económico Mundial.

De acordo com este documento, 47% dos empregadores estão a investir na redução das suas emissões de carbono e 41% em estratégias de adaptação às mudanças climáticas. É neste contexto que a profissão de engenheiro ambiental aparece com uma das 15 com crescimento mais rápido.

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Há cursos com 16% de desempregados

Se até agora nos focámos nas áreas com mais saídas profissionais, olhamos agora para o outro lado da tabela. Entre os 21 cursos com pelo menos 10% de desemprego, o pior é Design Global, na Universidade Europeia (17,3%).

Depois disso, a completar o top 5 de pior empregabilidade aparecem os cursos de:

  • Filosofia, na Universidade do Minho (16,6%);
  • Marketing, no Instituto Politécnico de Bragança (14,7%);
  • Turismo, na Universidade Católica (13,6%);
  • Turismo, na Universidade de Trás-os-Montes (12,9%)

Onde estão as profissões do futuro?

Se já piscámos o olho ao relatório Future of Jobs 2025, fazemos o mesmo ao guia 10 Profissões de Futuro, do IEFP. Isto para tentar perceber como é que duas áreas que são classificadas como tendo potencial surgem nos rankings atuais de empregabilidade.

A primeira tem como base o envelhecimento da população. De acordo com o relatório do IEFP, o número de pessoas com mais de 65 anos irá aumentar significativamente até 2050, o que abre portas aos profissionais de áreas como geriatria e gerontologia.

Atualmente, na lista do InfoCursos, é possível encontrar cursos de Gerontologia no Instituto Superior de Serviço Social do Porto e nos institutos politécnicos de Bragança e Coimbra. As taxas de desemprego são de 1,6%, 3,6%, e 5,2%, respetivamente.

Passando para outro campo, o IEFP aponta a área do marketing digital como uma das 10 com mais futuro. Neste caso, ainda há uma grande disparidade na taxa de desemprego dos cursos relacionados com esta área.

O melhor, por exemplo, é Gestão de Marketing, no ISCTE, com 2,9%. No entanto, há também o curso de Marketing do Instituto Politécnico de Bragança, com 14,7%.

Público ou privado?

As taxas de desemprego são inferiores entre os alunos que concluíram um curso num estabelecimento de ensino superior público. Aqui, a taxa de desemprego é de 3,1% contra 3,7% do setor privado.

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